quarta-feira, 14 de abril de 2010

Não Acreditar













Era uma vez...

uma pessoa que não acreditava. Não acreditava em sentimentos, não acreditava em palavras, não acreditava na vida, e nem nos amores.

Quando olhava ao seu redor, simplesmente não acreditava, pois ela sabia se o amarelo não era o amarelo, se o azul era o azul e que tudo ao seu redor poderia ser falso, poderia ser apenas a sua imaginação.

E quando ela estava com a natureza ao seu redor, não se sentia bem, se sentia intrigada, pois como ela poderia ter uma imaginação tão perfeita para inventar tal maravilha?

Não sabia e não acreditava que não sabia, portanto no fundo do contexto acreditava em alguma coisa, acreditava que talvez soubesse, mas seria fraca demais para acreditar.

Ao amanhecer, essa pessoa ainda não acreditava, em sonhos, em vida, em realidade, a pessoa não sabia se o mundo era falso, se seria falso, se tudo que ela tocava era real, porque ela não acreditava em nada.

E os dias se passavam sem ela acreditar... mas será que os dias se passavam? Os dias se passavam para nós que acreditamos que existem dias, mas para ela o tempo era todo igual, na verdade a pessoa nem conseguia diferenciar o tempo, pois ela não acreditava em tempo.

Um dia o fruto de sua imaginação apareceu para pergunta-lhe:

- De onde vem essa falta de fé?

Ela não respondeu, pois não acreditava em falta em muito menos em fé.

E assim essa pessoa continuou a viver, não sei se feliz para sempre, porque ela também não acreditava em felicidade.