sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nosso primeiro diálogo.

- Você não deveria chegar perto de mim... eu sou viciada.

- viciada? você é viciada em que?

- Séries, livros, pessoas: drogas.

- Drogas?

- Sim, se tudo isso que eu te disse antes não for algum tipo de anestésico, então não serei viciada em drogas. Porém Você sabe que essas coisas são morfina para qualquer Pessoa: quando não estou vendo série, penso. Quando não estou lendo livros, penso. Quando não estou com pessoas, penso.

- você então gosta de ser dopada?

- Poderíamos dizer que sim, tomo uma grande dose de tudo isso diariamente, cada um tem sua própria droga, neste mesmo momento estou me alimentando da minha: pessoas.

- você já pensou em parar?

- Penso todos os dias, mas já estou muito viciada. Não consigo parar, e quando paro, os meus pensamentos me atormentam com perguntas que eu não consigo mais responder e, talvez todas as respostas que um dia cheguei são falsas, assim, não sei mais do futuro, eu parei de esperar que as coisas aconteçam, quando eu quero algo não fico esperando que ela aconteça, corro atrás, mas não corro atrás esperando nada, apenas vou com o sentimento de tentar, se ela der certo, tudo bem, se ela não der, eu não morrerei por isso. Já tentei parar, mas isso não faz parte das coisas que deram certo, não posso me culpar nem me julgar por isso, eu tentei, se não deu certo eu não posso morrer por isso.

- você morrerá por o que, então?

- Ainda não sei, estou me decidindo. Sou fiel pelas coisas que desejo, acho que hoje... eu morreria por Você, porque sei que Você morreria por mim também, já que me ama.

- Mas Eu não poderia ter certeza que você faria isso, esqueceu que você está drogada? E que não está pensando direito, logo você não sabe o que deseja de verdade, não sabe o que quer de verdade, não sabe quem ama e nem sabe nada de Mim, pois Eu fui o único a perguntar.

- Você está certo, eu não sei nada de Você, talvez não queira, porque apesar de eu não poder esperar nada de Você, não quero estragar o que sinto, não quero achar que o que sinto aqui é uma mentira, quero fingir que te amo, e sentir que te amo, porque Você sente algo por mim.

- Por que você vai mentir para você mesma?

- Você não percebe? Eu vou fazê-lo, porque Você é uma incógnita. Porque Você é como um livro sem capa para mim. Deixe-me explicar, um livro sem capa, não dá para decifrar se é um livro bom ou ruim. 'Não devemos julgar um livro pela capa', logo se o livro não tiver uma então ele nunca será julgado e sempre será um mistério. Se você é um mistério, você pode ser o que eu quero que você seja – não o que eu espero, porque eu não quero esperar mais nada nem de pessoas, nem da vida – mas simplesmente o que eu quero que você seja.

- Quem eu sou, então?

- Alguém que me conhece tão bem, que diria que eu sou viciada. Que o vício já faz parte de quem eu sou. Assim Você seria uma pessoa que me ama, porque Você descobriu meu vício e não me julgou, não me mato, não me odiou, porque Você tem um vicio maior que o meu: você ama.

sábado, 13 de novembro de 2010

Keep moving on.

O sentimento que o fim chegou é um sentimento estranho. Não me sinto mal, mas é difícil de falar, é como se o fim me fizesse olhar o futuro e ver que nem tudo está perdido que lá na frente ainda há uma chance ... é um sentimento que impede olhar o que já passou, o sentimento do fim traz uma visão esperançosa do futuro e não traz lembranças. Não. Não gosto de lembranças, pois existem as boas... as que machucam... e as que machucam marcam mais que as boas.

O sentimento do fim me lembra recomeço, é como se fecha um ciclo e abrisse outro. E tudo vem novamente, as mágoas, as tristezas, as alegrias, as risadas, os choros, os pulos, as mentiras, as verdades, os amigos, o esquecimento, as lembranças e de novo o fim.

Um dia esse fim vai acabar de verdade e eu já não poderei descrever esse sentimento sem fim.

Mas uma coisa é certo, as pessoas que marcaram o começo, os sentimentos que marcaram o começo, ficaram para sempre dentro de mim, pois toda esperança que o futuro traz, o passado tira. E com o fim, talvez, tudo isso seja diferente.